terça-feira, 1 de maio de 2012

O que vi, e o que não vi em Londres

Somos uma maioria que confessa a fé Bíblica e afirma os princípios milenares da fé cristã


Depois de dois anos fora dos circuitos internacionais do anglicanismo, impedido de viajar por conta de todos as limitações que a minha saúde me impôs, tive a oportunidade de ser convidado para a conferência de líderes do GAFCON ( movimento internacional surgido a partir da Conferência GAFCON I em Jerusalém que congregou mais de 1.200 líderes anglicanos, Bispos, pastores, homens e mulheres de todas as províncias da Comunhão anglicana e que hoje existe como uma aliança, uma fraternidade em torno do FCA que é a Fellowship of the Confessing Anglicans. )
E o que vi em Londres nesse importante conclave?
Vi líderes de mais de 30 países que como anglicanos, confessam a fé bíblica e estão totalmente comprometidos em propaga-la de todas as maneiras e métodos.
Vi uma igreja que pulsa viva e que não abre mão de ser a tendência principal a maioria esmagadora de uma igreja onde cerca de 40 milhões de pessoas são registradas em seus livros em todo mundo, e somente na Igreja da Nigéria, província anglicana confessante e ortodoxa  existem cerca de 20 milhões de anglicanos que não abriram mão da fé histórica e se mantém firme na evangelização daquele país.
Vi uma diversidade de ministérios que mostra que o anglicanismo é uma comunidade de cristãos que se expressa numa variedade de formas e ações, mas que em todos os casos está presente na vida da sociedade procurando “salga-la” de todas as maneiras com a Palavra de Deus.
Vi mais uma vez que o movimento de restauração de igrejas que já acontece há alguns anos continua a todo “vapor”. Templos históricos datados às vezes dos séculos XII, XV, XVIII, anteriormente fadados ao fechamento de suas portas e serem comercializados como tem acontecido em alguns casos, serem renovados pela reimplantação de comunidades vivas a partir de igrejas como Holy Trinity Brompton e outras que não abrem mão do espírito missionário.
Vi uma igreja que dá um testemunho de fé em meio a tantas adversidades. Lideres que lideram em situações criticas e cruciais. Exemplos como o do Bispo do Irã Revmo. Azad Marshall que em meio a toda perseguição naquele país segue testemunhando da fé em Jesus Cristo. Do Bispo Bob Duncan, que perseguido em sua própria igreja foi deposto e preterido, mas que se manteve firme na visão bíblica não permitindo que os anglicanos confessantes ficassem sós, surgindo daí a ACNA (Igreja Anglicana na América do Norte) que hoje congrega milhares de cristãos, distribuídos em várias dioceses e com um plano de implantação de 1.000 igrejas nos próximos anos e com muitas dioceses em processo de organização. Do Bispo Da Diocese de Jós ( Norte da Nigéria) que vive sob risco constante de vida vendo seus diocesanos serem perseguidos e até mesmo mortos e suas igrejas destruídas por terroristas as vezes travestidos de mulçumanos.
Vi uma comunidade firme que não abre mão de ser a igreja que o anglicanismo sempre foi, histórico, bíblico e pulsante.
Vi uma série de ministrações teológicas densas e profundamente bíblicas que nos levaram a profunda reflexão  ao mesmo tempo em que vi também apresentações lideradas por pastores e bispos de ação ministerial tão diversa quanto é o anglicanismo em seus diversos contextos.
Não vi ninguém com orgulho de ser a Igreja da História, mas vi mais uma vez e atestei o que sempre percebi um enorme grupo de pessoas, uma maioria imensa que tenta fazer da Igreja Anglicana a Igreja que faz a história, que transforma vidas, que age na sociedade, que levanta para dar seu testemunho que se ajoelha para interceder e orar.
Não vi, absolutamente não vi em nenhum momento o sentimento de derrota, de desencanto, pois esse grupo, do qual faço parte com prazer é a maioria dessa Comunhão e não existem precedentes para uma maioria ser preterida por uma minoria.
Não vi, e não creio que meus olhos verão o recuo da secularização da sociedade, dos valores invertidos em todos os contextos desse imenso globo, mas da mesma forma não vi o recuo dos crentes fiéis, desse “exercito” de cristãos transformados pelo Espírito Santo que está presente em todas as circunstâncias sendo luz nas trevas em que a sociedade está imersa.
Foi essa a Igreja que vi, é essa a igreja que creio devemos continuar sendo.
Vejo que seguramente esse continua sendo o caminho a seguirmos, alicerçados na Bíblia Sagrada, entendendo o seu tempo e prontos para testemunhar e agir de acordo com nossa consciência missionária e senso de cumprimento do IDE de Jesus Cristo.
Fiquei tranquilo, pois após dois longos anos de ausência desse círculo, pude perceber que a igreja que sempre vi, continua viva e atuante e é dessa igreja que quero continuar fazendo parte.

Para detalhes sobre o GAFCON e FCA  www.gacon.org


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