Somos uma maioria que confessa a fé
Bíblica e afirma os princípios milenares da fé cristã
Depois de dois anos fora dos circuitos internacionais
do anglicanismo, impedido de viajar por conta de todos as limitações que a minha
saúde me impôs, tive a oportunidade de ser convidado para a conferência de líderes
do GAFCON ( movimento internacional surgido a partir da Conferência GAFCON I em
Jerusalém que congregou mais de 1.200 líderes anglicanos, Bispos, pastores,
homens e mulheres de todas as províncias da Comunhão anglicana e que hoje
existe como uma aliança, uma fraternidade em torno do FCA que é a Fellowship of the Confessing Anglicans. )
E o que vi em Londres nesse importante conclave?
Vi líderes de mais de 30 países que como
anglicanos, confessam a fé bíblica e estão totalmente comprometidos em propaga-la
de todas as maneiras e métodos.
Vi uma igreja que pulsa viva e que não abre mão de
ser a tendência principal a maioria esmagadora de uma igreja onde cerca de 40
milhões de pessoas são registradas em seus livros em todo mundo, e somente na Igreja
da Nigéria, província anglicana confessante e ortodoxa existem cerca de 20 milhões de anglicanos que não
abriram mão da fé histórica e se mantém firme na evangelização daquele país.
Vi uma diversidade de ministérios que mostra que o
anglicanismo é uma comunidade de cristãos que se expressa numa variedade de
formas e ações, mas que em todos os casos está presente na vida da sociedade
procurando “salga-la” de todas as maneiras com a Palavra de Deus.
Vi mais uma vez que o movimento de restauração de
igrejas que já acontece há alguns anos continua a todo “vapor”. Templos
históricos datados às vezes dos séculos XII, XV, XVIII, anteriormente fadados
ao fechamento de suas portas e serem comercializados como tem acontecido em
alguns casos, serem renovados pela reimplantação
de comunidades vivas a partir de igrejas como Holy Trinity Brompton e outras
que não abrem mão do espírito missionário.
Vi uma igreja que dá um testemunho de fé em meio a
tantas adversidades. Lideres que lideram em situações criticas e cruciais.
Exemplos como o do Bispo do Irã Revmo. Azad Marshall que em meio a toda perseguição
naquele país segue testemunhando da fé em Jesus Cristo. Do Bispo Bob Duncan,
que perseguido em sua própria igreja foi deposto e preterido, mas que se
manteve firme na visão bíblica não permitindo que os anglicanos confessantes
ficassem sós, surgindo daí a ACNA (Igreja Anglicana na América do Norte) que hoje
congrega milhares de cristãos, distribuídos em várias dioceses e com um plano
de implantação de 1.000 igrejas nos próximos anos e com muitas dioceses em
processo de organização. Do Bispo Da Diocese de Jós ( Norte da Nigéria) que
vive sob risco constante de vida vendo seus diocesanos serem perseguidos e até
mesmo mortos e suas igrejas destruídas por terroristas as vezes travestidos de
mulçumanos.
Vi uma comunidade firme que não abre mão de ser a
igreja que o anglicanismo sempre foi, histórico, bíblico e pulsante.
Vi uma série de ministrações teológicas densas e
profundamente bíblicas que nos levaram a profunda reflexão ao mesmo tempo em que vi também apresentações
lideradas por pastores e bispos de ação ministerial tão diversa quanto é o anglicanismo
em seus diversos contextos.
Não vi ninguém com orgulho de ser a Igreja da
História, mas vi mais uma vez e atestei o que sempre percebi um enorme grupo de
pessoas, uma maioria imensa que tenta fazer da Igreja Anglicana a Igreja que
faz a história, que transforma vidas, que age na sociedade, que levanta para
dar seu testemunho que se ajoelha para interceder e orar.
Não vi, absolutamente não vi em nenhum momento o
sentimento de derrota, de desencanto, pois esse grupo, do qual faço parte com
prazer é a maioria dessa Comunhão e não existem precedentes para uma maioria
ser preterida por uma minoria.
Não vi, e não creio que meus olhos verão o recuo da
secularização da sociedade, dos valores invertidos em todos os contextos desse
imenso globo, mas da mesma forma não vi o recuo dos crentes fiéis, desse “exercito”
de cristãos transformados pelo Espírito Santo que está presente em todas as
circunstâncias sendo luz nas trevas em que a sociedade está imersa.
Foi essa a Igreja que vi, é essa a igreja que creio
devemos continuar sendo.
Vejo que seguramente esse continua sendo o caminho
a seguirmos, alicerçados na Bíblia Sagrada, entendendo o seu tempo e prontos
para testemunhar e agir de acordo com nossa consciência missionária e senso de
cumprimento do IDE de Jesus Cristo.
Fiquei tranquilo, pois após dois longos anos de
ausência desse círculo, pude perceber que a igreja que sempre vi, continua viva
e atuante e é dessa igreja que quero continuar fazendo parte.
Para detalhes sobre o GAFCON e FCA www.gacon.org
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