quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

CARNAVAL, O QUE DE FATO ESCONDE ESTA FESTA


CARNAVAL
O quê de fato esconde essa festa?

Ë comum nessa época do ano termos acesso a textos que procuram fazer uma verdadeira “exegese” dos assuntos carnavalescos ou uma análise etimológica da palavra carnaval. Dispenso ambas iniciativas por entender ser isso desnecessário. Não precisamos ir muito longe para perceber que o carnaval é de fato a festa da carne. Por outro lado, sabemos que as origens da festa estão ligadas ao momento que precede a quaresma, que na fé cristã historicamente é um período de recolhimento e reflexão em preparação para a páscoa. Na realidade o carnaval é um feriado religioso e se restringe à 3ª feira dia em que se celebrava tudo e de todas as formas possíveis para que no dia seguinte recebessem as cinzas do arrependimento da 4ª feira, onde há ou haviam os tradicionais culto de cinzas, agora  olhando para os 40 dias de abstinências e retiro que já comentamos ser a quaresma.  

Na prática, pouco ou nada disso acontece mais, nem o carnaval é um feriado religioso, nem a quaresma tem o mesmo significado que já teve em termos de reflexão e abstinências. Algumas tradições cristãs realizam  o culto e as missas de cinzas, mas nem de perto podemos dizer que essa prática faz parte da cristandade hoje como já fez um dia.Lembro de uma vez que o bispo primaz da igreja católica Romana no Brasil fez duras críticas contra as celebrações carnavalescas, mas porque estavam entrando na 4ª feira e isso era inadmissível dizia ele, pois já faz parte da quaresma. Achei um pouco estranha a posição daquela autoridade eclesiástica porque se limitava a defender a 4ª feira e sequer fazia uma menção aos dias e até semanas que as pessoas vinham vivendo em bebedeiras e extravagância de todo tipo.

O carnaval é uma festa ambígua em minha opinião, não posso deixar de ver o lado cultural de tantas manifestações, do espírito do artista brasileiro que vem à tona de forma tão nítida nesse período. É indiscutível que a criatividade do povo não se esgota e a cada ano surgem novas criações, nomes de blocos engraçadíssimos, pessoas que investem em algumas fantasias que nos tiram risadas só em ver e imaginar as cenas. Muitos vão se lembrar da história daquele folião que vinha no meio da multidão puxando uma coleira e gritando vem Bob vem Bob!  As pessoas abriam caminho com receio de um cachorro para depois perceberem que ele apenas puxava um “bob” de cabelo. Isso sem falar do bloco do “eu sozinho” e tantas outras iniciativas hilárias.

No entanto é inegável que o carnaval não se restringe a isso e como tantas outras coisas, foi perdendo a ênfase folclórica e dando cada vez mais lugar a uma verdadeira busca por algo mais, um extravazamento do ser que persegue uma satisfação qualquer e que em nome disso esquece qualquer limite e se entrega a tudo e a todos. Como em tudo, não podemos generalizar, mas não há como negar que essa é a ênfase da grande maioria, o que vem tornando a festa cada vez menos segura e cada vez mais um terreno fértil para o uso exagerado de bebidas, o consumo de drogas e a prática de uma sexualidade desenfreada. Não é a toa que o governo não investe na distribuição de preservativos no natal, na semana santa e em outros períodos festivos como faz nesse período do ano.

Ë necessário ainda observar tudo isso sob a lente da espiritualidade cristã. Jesus Cristo disse que o mundo jaz no maligno, e não é preciso chegar o carnaval para concluirmos isso. Mas fazendo uma análise da festa sob esta ótica, não podemos deixar de observar alguns aspectos e afirmar que o bom senso sugere que os cristãos confesso se mantenham afastados desta celebração. Não há como negar que as festividades têm um cunho espiritual por traz de tudo. Senão vejamos. O carnaval de Recife e Olinda é aberto com a noite dos tambores silenciosos. Ora todos sabem que esse evento é uma invocação às divindades africanas feitas pelos maracatus que, sabemos, além de sua beleza plástica e ritmo contagiante tem um componente espiritual fortíssima. Na realidade, é como uma entrega da festa a estas divindades e na concepção cristã isso é abominação ao Senhor. Nada mais contagiante e belo do que os desfiles das escolas de samba, especialmente do Rio de Janeiro. Aqueles batuques, aquelas baterias produzem um som alucinante e os dançarinos e dançarinas são de uma leveza impressionante. Mas seria ingenuidade ou cegueira eletiva tentar omitir de nossas mentes que da mesma forma por detrás de tudo aquilo está uma componente espiritual muito intensa. Muitas das letras dos sambas enredos, além de passagens históricas fazem alusão e louvação a entidades do candomblé e de outras tendências religiosas espiritualistas. Não é novidade para ninguém que os líderes destes grupos são em sua maioria esmagadora devotos de “santos guerreiros”, filhos de “santo” e com suas histórias totalmente ligadas a estas práticas, trazendo assim para suas escolas a louvação a estas entidades, o que compromete a imparcialidade espiritual do movimento.

Com estes exemplos e com a prática de um período de exageros e como citei extravasamentos do ser, esta festa se torna a cada dia e de fato a festa da carne e os cristãos, por não se sentirem motivados ao extravasamento da carne e sim a busca de um controle de seus impulsos carnais e a busca de uma vida limpa e pura diante de Deus devem se afastar desse momento e devem ensinar aos seus filhos que da mesma forma se afastem de tudo isso, não simplesmente porque é um pecado, mas porque toda a raiz está comprometida, as intenções estão maquiadas, e a espiritualidade pagã permeia toda a festa. Tenho dito que por detrás da mais simples fantasia de uma festividade infantil escolar nesse período, está uma intenção espiritual que reveste toda a festa. Não há como separar. Se incentivo meu filhinho a se fantasiar hoje e participar das festividades, não poderei me queixar que, quando jovem ou adulto ele deseje seguir adiante e se envolva na totalidade da festa, se expondo a estes riscos e à contaminação espiritual. O que a sabedoria de provérbios diz é que devemos ensinar a criança no caminho que ela deve andar e quando adulta não se desviará desse caminho!!

Por isso, desde que conheci a Cristo verdadeiramente, abri meus olhos e consegui enxergar o que de fato está por detrás dessa festa, e assim, me afastei dela, mesmo admirando seu colorido e sua componente folclórica e cultural. Um dos mais novos blocos do carnaval de Recife se chama “Culto a Baco”, criado em 2007 o grito de “fé” desse bloco irreverente é: Eu não vou ao culto orar, eu vou ao culto a Baco! Ora Baco é o mitológico Deus do vinho e não precisa ir mais adiante para perceber que isso vai além de uma simples irreverência. Talvez isso seja difícil de entender para alguém que não conhece a Cristo e confessa essa fé, mas você que sabe disso, pode facilmente perceber o que de fato está por detrás dessa festa.

 

8 comentários:

Unknown disse...

Texto sóbrio, transparente e sem radicalismo que nos leva a refletir o limite da festividade e adoração inconsciente de divindades. O limiar entre as festividades e as divindades do carnal é tênue e perigoso, uma verdadeira armadilha para os cristãos. (Valdir Sá)

Isabel Lima disse...

Só acho que ele se contradiz quando diz admirar manifestações folclóricas e em outro momento alerta afastamento pela subliminaridade espiritual entranhada no que ele refere a somente "algumas" destas manifestações. Talvez ele devesse se inteirar mais das origens das manifestações que ele "salva", pois os primeiros cordões que dão origem inclusive aos líricos e apaixonantes grupos de pau e corda tem origem dos negros no Rio de Janeiro com traços rítmicos de sua religião.

Eu realmente não consigo entender a máxima de que a existência de minha cultura só é total se houver a exclusão de outra - pois ao aconselhar afastamento, entendo que ele acredite num mundo "melhor" sem ter contato.

Sou cristã, e já participei de um maracatu que mesmo que se intitulasse "nação", não tinha nenhuma ligação com a religiosidade africana.
Existe uma confusão muito grande das pessoas sobre "bater de tambor". Pra quem não sabe, a manifestação cultural do maracatu remete às nações/tribos/reinos desfeitos na África durante o período da colonização e por isso existem tantos personagens atrelados a um cortejo em memória de um grupo que foi bruscamente desfeito. Inclusive, essa manifestação tem colaboração tanto indígena, como européia na sua composição, além da africana.
Em relação a Noite dos Tambores Silenciosos, onde só participam grupos com ligação religiosa, a cerimônia ocorre em homenagem aos negros mortos e enterrados na região do Pátio do Terço onde existia o pelourinho recifense, e nada mais justo que resgatar sua memória através das raízes deles.

Um dia desses fiquei bastante feliz por saber de uma notícia de que o Recife teria um circuito cultural da fé protestante, o "Circuito Protestante" que ocorreu no mês de fevereiro. Fiquei muito curiosa de conhecer culturalmente a trajetória destes que formaram uma religião em ascensão no mundo. Imagine, se eu vou perder de enriquecer minha cultura porque alguém vem me falar mal deste grupo?!
Eu sou católica, crismada, vou à missa aos domingos e tento ao máximo seguir os ensinamentos de Cristo. E a minha fé, assim como minha vida e meu espírito não se abalam, nem se corrompem, por me emocionar com a cerimônia dos Tambores, quando todo o Pátio do terço se apaga em homenagem a esse povo que foi tão massacrado. Não existe "adoração inconsciente" alguma!
É como negar a emoção ao adquirir cultura histórica em assistir "A lista de Schindler". Afinal, um homem salvava judeus (outra cultura) de uma situação miserável causada por um cristão, mesmo que problemático.

Eu não tô aqui pra dizer que o autor do texto está certo ou errado.
Cada um tem direito de concordar ou não. Eu discordo e prego o respeito. E ele me desrespeita quando induz em seu texto que eu não sou inteiramente cristã por respeitar e presenciar tais manifestações culturais.

Anônimo disse...

Um texto, ortograficamente, bem escrito, mas que atesta a falta de conhecimento diante das reais intenções dos organizadores dos blocos e nações.

Aderbal

Unknown disse...

A Isabel, Aderbal e tantos outros que discordam do que foi escrito... entendi bem o que o Rev. Miguel escreveu sobre o carnaval, é uma festa cultural e muito bonita, sem questionamento... mas o carnaval hoje também é sinônimo de destruição, relacionamentos e casamentos desfeitos, jovens que iniciam nas drogas e na sexualidade na forma mais exagerada e leviana possível e realmente não podemos fechar aos olhos para a legalidade do carnaval no mundo espiritual, independe de castólicos ou protestantes, somos todos de Cristo e tenho certeza que se Cristo estivesse entre nós, Ele não nos aconselharia a mergulhar no Carnaval, salvo no intuito de salvar vidas, de buscar os necessitados a LUZ. Entendi o texto como um alerta e não uma proibição. Obrigada Rev. Miguel, pela coragem de escrever na contra mão. Elianni Chalaça

Sbritojr disse...

Muitíssimo bem colocado Pastor.

Anônimo disse...

A palavra de Deus diz no evangelho de João: "conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará", que o Senhor Deus te liberte dessa cegueira espiritual!

Anônimo disse...

Isabel Aderbal,
Não concordo com o seu comentário, pois já brinquei muitos e muitos carnavais antes de saber o que está por traz dele, e como leiga e cega espiritual, Tb pensava como você. Uma festa cultural belíssima, de muita liberdade de expressão e religiões, afinal moramos num pais democrático e livre de qualquer preconceito. Mas, esse pensamento é um pensamento de quem não conhece a verdade Cristã. Pois, por traz dessa inocência, reverencias e apresentações culturais, há todo um preparo de consagração as doutrinas Cristãs. Sabemos muito bem que praticas do candomblé e xangô são contrarias as praticas que Cristo pregou. O Maracatu, Cabloquinho e outros grupos, aparentemente são ritmos até gostoso de se dançar. Mas esse grupos antes de começar o carnaval, se consagram há todas as dinvidades contrarias a Cristo. Sei muito bem disso... Porque fui foliã apaixonada pelo carnaval até alguns anos atrás. O carnaval pra mim era mais que uma festa, era algo que estava empreguinado no meu sangue e de todos os meus. Já brinquei tantos e tantos carnavais, e já vi tantas e tantas coisas inexplicáveis e sem sentido acontecerem nessa festa, já presenciei vários processo de entrega desses grupos as entidades obscuras, e por traz dessa ingenuidade, revestida de fantasias e alegrias tem uma malignidade que se confunde alegria, fantasia, permissividade e religião, tem até o banho de cinza de algumas igrejas para encobrir os comportamentos desviantes que se praticam no carnaval. Mas esse processo muitos poucos conseguem enxergar. Por isso querida, vamos prestar mais atenção às palavras de um servo correto de Deus, ou das pessoas que já foram amantes do carnaval e hoje abomina tudo que acontece nele por baixo dos bastidores.
SIMONE ARAGÃO

Sbritojr disse...

Comentário abaixo feito por Simone Aragão;

Isabel Aderbal,

Não concordo com o seu comentário, pois já brinquei muitos e muitos carnavais antes de  saber o que está por traz dele, e como leiga e cega espiritual, Tb pensava como você. Uma festa cultural belíssima, de muita  liberdade de expressão e religiões, afinal moramos num pais democrático e livre de qualquer preconceito. Mas, esse pensamento é um pensamento de quem não conhece a verdade Cristã. Pois, por traz dessa inocência, reverencias e apresentações culturais, há todo um preparo de consagração as doutrinas  não Cristãs. Sabemos muito bem que praticas do candomblé e xangô são contrarias as praticas que Cristo pregou. O  Maracatu, Cabloquinho e outros grupos, aparentemente são ritmos até gostosos de se dançar. Mas esse grupos antes de começar o carnaval,  se consagram há todas as dinvidades contrarias a Cristo. Sei muito bem disso... Porque fui foliã apaixonada pelo carnaval  até alguns anos atrás. O carnaval pra mim era mais que uma festa, era algo que estava empreguinado no meu sangue e de todos os meus. Já brinquei tantos e tantos carnavais, e já vi tantas e tantas coisas inexplicáveis e sem sentido acontecerem nessa festa, já presenciei vários processos de entrega desses grupos as entidades obscuras, e por traz dessa ingenuidade, revestida de fantasias e alegrias tem uma malignidade que se confunde alegria, fantasia, permissividade e religião, tem até o banho de cinza de algumas igrejas para encobrir os comportamentos desviantes que se praticam no carnaval. Mas esse processo muitos  poucos conseguem enxergar. Por isso querida, vamos prestar mais atenção às palavras de um servo correto de Deus, ou das pessoas que já foram amantes do carnaval e hoje abomina tudo que acontece nele por baixo dos bastidores.