segunda-feira, 28 de maio de 2012

Estou lendo, estou escrevendo, estou vivendo


Quando você vier, traga a capa que deixei na casa de Carpo, em Trôade, e os meus livros, especialmente os pergaminhos.  2Tm 4:13

Acabei de ler esta maravilhosa biografia escrita por Eric Metaxas, uma narrativa impressionante sobre a vida desse pastor, espião e mártir chamado Dietrich Bonhoeffer. Tenho a prática de ler pelo menos uma biografia relevante  a cada ano, tenho aprendido muito com elas, são experiências de vidas que marcaram a história da humanidade.
A leitura é algo tão edificante e tão importante que não posso imaginar alguém que vive e não lê. E, ao mesmo tempo posso imaginar quem vive e lê o que o mercado produz de lixo editorial. O importante não é somente ler, mas o que ler. Certas leituras também alienam.
Como cristão a minha leitura primeira é a Sagrada Escritura, dela não abro mão, dela não me afasto e nada pode substitui-la em minha prática de ler. No entanto, não posso me deter a ela, vivo em um mundo secularizado, globalizado e bem, movimentado. Em um país tão dinâmico quanto a sua gente e tão criativo quanto se possa imaginar tanto para as coisas boas quanto para as coisas más. Por isso, como costumava mencionar nosso saudoso Bispo Robinson Cavalcanti “ Um Cristão deve ter em mão sempre o jornal, a revista da semana e a bíblia” creio mesmo que esse conjunto, esse tripé, forma e informa e associado a ele, os livros cristãos de qualidade que temos disponíveis, os romances e a boa literatura  que existe em abundância.

Eu estou lendo, nesse momento leio, além do tripé insubstituível, o livro publicado pela missão aliança e ediciones Kayros Igreja: Agente de transformação. Uma coletânea de textos sobre a missão da igreja numa perspetiva integral para todos os seres humanos e para todo o ser humano. Ganhei esse exemplar do Bispo Robinson quando de sua ultima visita a nossa igreja para a sua também ultima confirmação entre nós. Leitura estupenda, cheia de riquezas e ensinamentos que nos levam a sermos mais que sal em um saleiro, mais que uma igreja dentro de um templo, mais que uma placa que indica um local de reunião. De fato estou amando o material .

Estou escrevendo, nesse momento um texto onde narro a minha experiência coma enfermidade e o que ela me mostrou em relação a igreja. Durante esse período eu pude perceber numa lição prática insubstituível ‘Quando a iGREJA é Igreja”. Além disso estou iniciando o 2º devocional que estarei escrevendo para ser usado no período da quaresma 2013. Para aqueles do meio cristão evangélico que desconhecem estes termo, são aqueles 40 dias que estão entre a 4ª feira de cinzas e o domingo de páscoa. Período tradicionalmente separado na igreja para reflexão, meditação em preparação para a semana santa e a páscoa. No prelo está o texto “ para dizer sim com convicção, sugestões para se chegar ao altar em paz”. A ser lançado pela Ed Mundo Cristão em breve.

Estou vivendo, nesse momento, com toda a intensidade que me é permitida. Olhando o presente e procurando enxergar onde posso ser o mais útil possível ao Reino de Deus e a concretização de sua vontade para a sociedade humana. Algo tenho certeza, que vivo dentro de Seu propósito, mas não sei o que me aguarda porquanto nunca me foi dado o direito de saber esse tipo de coisa. Como me disse alguém uma vez, “Miguel, Deus faz como aquela voz que anuncia a próxima estação no metrô, ela só anuncia a próxima estação e não toda a viagem.” Creio que é mesmo assim, Deus vai nos dando as pistas e nós vamos seguindo-as e lá na frente até nos surpreendemos por onde andamos e onde conseguimos chegar e aí reconhecemos que assim foi pela Sua grande misericórdia.
Vivo em paz comigo, vivo em paz com meu próximo, vivo em paz com Deus. Tenho uma família abençoada, um ministério que me dá prazer e que vejo como estando no centro da vontade de Deus. O que mais poderia desejar? O que mais me realizaria se a isso e para isso entreguei a minha existência, se nisso se resume toda a satisfação de minha vida? Tudo mais considero que me tem sido acrescentado e muito tem de fato sido.
Não me deleito mais com coisas que não estão no centro do coração de Deus, não perco meu tempo com aquilo que não ajuda a cumprir minha missão tenho aprendido na prática o que a bíblia chama de remir o tempo. Isso aprendi e não quero perder jamais essa noção. Tudo que eu faço, que seja para agregar valor ao Reino de Deus.
Por essas razões é que digo que tenho a necessidade de estar: Lendo para me enriquecer e informar, Escrevendo para transmitir um pouco daquilo que tenho vivido e, vivendo para ser útil a Deus e ao próximo como parte expressiva de minha missão nesse mundo, até que ele me chame.

domingo, 13 de maio de 2012

Ouvir a Deus

 “Passe à Macedônia e ajude-nos”. Depois que Paulo teve essa visão, preparamo-nos imediatamente para partir para a Macedônia, concluindo que Deus nos tinha chamado para lhes pregar o Evangelho. At 16:9b-10

 Desde que conheci a Deus tenho escutado de inúmeras pessoas esta expressão “estou ouvindo a Deus”. Em alguns casos cheguei até a achar engraçado, pois se tratava de situações onde Deus já havia falado claramente sobre o assunto através das Escrituras e quando isso acontece, não posso estar dizendo “ vou ouvir a Deus” ele já falou, talvez seria mais correto para essas pessoas dizerem vou esperar que Deus repita isso para mim particularmente, o que não seria adequado naturalmente.
Ninguém precisa ouvir a Deus para evangelizar, o IDE está claro no evangelho, ninguém precisa ouvir a Deus para ser fiel no casamento isso já está posto nas Palavras de Jesus, muito menos eu preciso ouvir a Deus para me tornar um dizimista, está claro que tanto o antigo testamento e o Novo testamento pelas palavras do próprio Jesus nos recomenda isso.
No entanto, talvez devamos estar atentos sim a outro passo além do ouvir a Deus, me refiro a tomada de atitude. Observe o texto do devocional de hoje citado acima, após ter a visão e partilha-la, eles decidiram “imediatamente” obedecer e seguir o que Deus havia dito. Isso é o que chamamos de atitude. Ninguém deve permanecer ouvindo a Deus e protelando tomar a atitude que ele mesmo propôs. Isso seria incluído no rol dos pecados e teria o nome de desobediência.
Quero motivar você hoje a tomar uma atitude diante do que Deus tem claramente lhe dito, 1º através das Escrituras, 2º através do bom senso, 3º através do entendimento da igreja, a comunidade da fé e ai sim, seguir adiante e imediatamente fazer aquilo que Ele, o Senhor de sua existência está propondo. Tenha certeza de que fechando esses três aspectos dificilmente acontecerá um engano  e a vontade de Deus se completará em sua vida e através dela. Que assim, Ele possa te abençoar.
Passe à Macedônia, mas escute primeiro a Deus!

Mais sobre isso? hoje 13.05.2012 as 10,17,19 horas na PAES. assista online em www.mmcpaes.blogspot.com




             

terça-feira, 1 de maio de 2012

O que vi, e o que não vi em Londres

Somos uma maioria que confessa a fé Bíblica e afirma os princípios milenares da fé cristã


Depois de dois anos fora dos circuitos internacionais do anglicanismo, impedido de viajar por conta de todos as limitações que a minha saúde me impôs, tive a oportunidade de ser convidado para a conferência de líderes do GAFCON ( movimento internacional surgido a partir da Conferência GAFCON I em Jerusalém que congregou mais de 1.200 líderes anglicanos, Bispos, pastores, homens e mulheres de todas as províncias da Comunhão anglicana e que hoje existe como uma aliança, uma fraternidade em torno do FCA que é a Fellowship of the Confessing Anglicans. )
E o que vi em Londres nesse importante conclave?
Vi líderes de mais de 30 países que como anglicanos, confessam a fé bíblica e estão totalmente comprometidos em propaga-la de todas as maneiras e métodos.
Vi uma igreja que pulsa viva e que não abre mão de ser a tendência principal a maioria esmagadora de uma igreja onde cerca de 40 milhões de pessoas são registradas em seus livros em todo mundo, e somente na Igreja da Nigéria, província anglicana confessante e ortodoxa  existem cerca de 20 milhões de anglicanos que não abriram mão da fé histórica e se mantém firme na evangelização daquele país.
Vi uma diversidade de ministérios que mostra que o anglicanismo é uma comunidade de cristãos que se expressa numa variedade de formas e ações, mas que em todos os casos está presente na vida da sociedade procurando “salga-la” de todas as maneiras com a Palavra de Deus.
Vi mais uma vez que o movimento de restauração de igrejas que já acontece há alguns anos continua a todo “vapor”. Templos históricos datados às vezes dos séculos XII, XV, XVIII, anteriormente fadados ao fechamento de suas portas e serem comercializados como tem acontecido em alguns casos, serem renovados pela reimplantação de comunidades vivas a partir de igrejas como Holy Trinity Brompton e outras que não abrem mão do espírito missionário.
Vi uma igreja que dá um testemunho de fé em meio a tantas adversidades. Lideres que lideram em situações criticas e cruciais. Exemplos como o do Bispo do Irã Revmo. Azad Marshall que em meio a toda perseguição naquele país segue testemunhando da fé em Jesus Cristo. Do Bispo Bob Duncan, que perseguido em sua própria igreja foi deposto e preterido, mas que se manteve firme na visão bíblica não permitindo que os anglicanos confessantes ficassem sós, surgindo daí a ACNA (Igreja Anglicana na América do Norte) que hoje congrega milhares de cristãos, distribuídos em várias dioceses e com um plano de implantação de 1.000 igrejas nos próximos anos e com muitas dioceses em processo de organização. Do Bispo Da Diocese de Jós ( Norte da Nigéria) que vive sob risco constante de vida vendo seus diocesanos serem perseguidos e até mesmo mortos e suas igrejas destruídas por terroristas as vezes travestidos de mulçumanos.
Vi uma comunidade firme que não abre mão de ser a igreja que o anglicanismo sempre foi, histórico, bíblico e pulsante.
Vi uma série de ministrações teológicas densas e profundamente bíblicas que nos levaram a profunda reflexão  ao mesmo tempo em que vi também apresentações lideradas por pastores e bispos de ação ministerial tão diversa quanto é o anglicanismo em seus diversos contextos.
Não vi ninguém com orgulho de ser a Igreja da História, mas vi mais uma vez e atestei o que sempre percebi um enorme grupo de pessoas, uma maioria imensa que tenta fazer da Igreja Anglicana a Igreja que faz a história, que transforma vidas, que age na sociedade, que levanta para dar seu testemunho que se ajoelha para interceder e orar.
Não vi, absolutamente não vi em nenhum momento o sentimento de derrota, de desencanto, pois esse grupo, do qual faço parte com prazer é a maioria dessa Comunhão e não existem precedentes para uma maioria ser preterida por uma minoria.
Não vi, e não creio que meus olhos verão o recuo da secularização da sociedade, dos valores invertidos em todos os contextos desse imenso globo, mas da mesma forma não vi o recuo dos crentes fiéis, desse “exercito” de cristãos transformados pelo Espírito Santo que está presente em todas as circunstâncias sendo luz nas trevas em que a sociedade está imersa.
Foi essa a Igreja que vi, é essa a igreja que creio devemos continuar sendo.
Vejo que seguramente esse continua sendo o caminho a seguirmos, alicerçados na Bíblia Sagrada, entendendo o seu tempo e prontos para testemunhar e agir de acordo com nossa consciência missionária e senso de cumprimento do IDE de Jesus Cristo.
Fiquei tranquilo, pois após dois longos anos de ausência desse círculo, pude perceber que a igreja que sempre vi, continua viva e atuante e é dessa igreja que quero continuar fazendo parte.

Para detalhes sobre o GAFCON e FCA  www.gacon.org