sábado, 29 de dezembro de 2012

56 Anos 3 horas e 35 minutos


      
 Estou completando 56 anos de idade e de algumas marcas em minha vida que já me fizeram entender que na minha existência, sou um total dependente daquele que me salvou, me resgatou e me conduz a cada dia, um após o outro em sua total dependência. Tenho dito Nada em mim existe que não seja tudo de Ti
A fragilidade da vida eu já experimentei, as limitações humanas conheço-as muito bem, as mazelas do Ser Humano já me levaram a compreender o que Paulo tentou dizer que não há um justo sequer... não tenho grandes expectativas pois já vivi mais da metade da vida que Deus me deu e sei que nessa próxima fase e pelo que ele me levou as experimentar na primeira, sei de meu propósito, sei a quem sirvo e não pretendo fugir do sentimento de que a vida e tão efêmera que a bíblia a qualifica de um piscar, uma nuvem que passa ou como o orvalho que sobre a grama se dissipa nos primeiros raios de sol. Por isso remir o tempo e meu desejo.
Me sensibilizo mais com uma criança, com seu inocente sorriso ou sua angustiante face necessitada de acolhimento, amor e suporte. O olhar de uma criança carente me entala a goela mais do que qualquer outra coisa. Aos 56 anos de idade sou um privilegiado, andei por boa parte do mundo, falo alguns idiomas com esforço, fiz amigos por onde andei, zelo por essas amizades, conheci a Cristo ainda cedo, sirvo a Deus com minhas limitações, tenho uma esposa que nunca me permitiu duvidar que o amor é o que o amor faz, dois filhos que como presentes de Deus me deixam com o coração apertado de tanto amor, uma filha, que como flor enxertada em meu jardim e que com a sua graça contagiante me deu a alegria de não ser apenas pai de machos.
O que posso querer mais? Se tenho um  maravilhoso Deus, se tenho família amada, se tenho uma comunidade da fé, minha família espiritual, verdadeiros amigos que me cercam e que pela vida mostraram sua veracidade em me amar, apesar de mim.

Alguém vai tentar analisar minhas posições, pouco me importa, quem pode perscrutar meu coração senão aquele que me conhece no amago? E esse não me analisa, simplesmente me ama. Alguém vai tentar dizer que esse e um discurso alienante, fora da realidade, sem ambição...  ledo engano, ao contrário, esse é um discurso realista, pés no chão de quem tem vivido com intensidade, experimentado a vida em todas as suas facetas.
Quando o escritor  da sabedoria de Eclesiastes disse que tudo era vaidade, o dizia no contexto de um coração que de tudo havia experimentado para chegar a essa conclusão, não preciso experimentar tudo,  ate onde caminhei já pude perceber que essa é a realidade.
São 2:45 horas da manhã, completei agora 56 anos, 2 horas e 35 minutos, tempo suficiente para compreender melhor a vida. O rádio faz uma coletânea de flashbacks que parece ser de propósito para deixar meu coração melancólico, saudoso dos amigos que prematuramente já perdi, mas feliz pelos que tenho por perto.
Feliz? Sim, muito feliz e... realista
Miguel Uchôa, aos 56 anos 

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Existe um novo ano adiante...

Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas! (2Co 5:17)
Gosto da perspectiva do novo e desde que conheci a Cristo tenho olhado adiante ao invés de mirar o passado. Como já li em algum lugar, um cristão não vê a vida pelo retrovisor, creio assim.
O ano que passou, não pode mais ser resgatado, claro podemos e devemos apreender com tudo que vivemos. A história, incluindo a nossa, é cumulativa. Mas as coisas antigas já passaram e especialmente aquelas que não nos dizem mais respeito, uma vez que em Cristo, somos novas criaturas. Tenho uma proposta a você nesse ultimo domingo do ano. Olhe para o novo ano como algo a ser conquistado e também uma oportunidade para se conquistar, se conquistar naquelas áreas que você mesmo luta para vencer. Tenho dito que o primeiro obstáculo que encontramos em viver o propósito de Deus começa comigo mesmo. Portanto,
Conquiste tudo que em você que lhe dirige para longe da vontade de Deus, se aproximando dEle diariamente em oração e meditação;
Conquiste tudo que lhe impede de servir, se engajando em sua obra, na igreja e onde você estiver;
Conquiste tudo que sugira uma vida encapsulada e voltada para projetos pessoais, a vida é muito mais que isso. Olhe para o próximo com os olhos de Jesus;
Conquiste toda sombra de ódio e desamor, amando com sua vida, suas atitudes, seus gestos;
Conquiste toda ausência de fé, olhando para o autor e consumador de sua vida.;
Conquiste toda acomodação, olhando em volta e vendo que sua presença pode mudar situações para melhor;
        Assim, o novo ano provavelmente será melhor quer todos os que você viveu até aqui, independente de quantos tenha vivido.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Perdi um Grande Amigo, amigo que me foi mais que irmão

Um dia, um belo dia, surgiu em minha vida, que ainda despertava para o mundo, um jovem de sotaque que puxava pelos  “Ss” fazendo-os quase se valer um “X”  e que  chamava Colégio de “Culégio”. Começava ali uma amizade que além de durar muito tempo, teve profundas implicações em minha vida e também na dele.
Conheci Pedro Paulo nos bons tempos da turma do Trenzinho e do edifício Transatlântico, Av. Boa Viagem. Junto com ele e com uma boa turma vivemos os bons tempos do Boa Boliche, das festinhas, do búzios e do Tio Pepe ali na beira mar. Introduzi PP no surf com meu primeiro long board de isopor e Gaibú era nosso reduto. Logo ele adquiriu a sua Gledson, marca nova que estava chegando ao mercado. Depois de muitas pranchas, muitas dormidas nas varandas das casas dos veranistas que nunca veraneavam em Gaibú, debutamos em Maracaípe em um final de semana onde haveria um campeonato de surf, mas o organizador sumiu com as inscrições e a multidão de jovens nordestinos, não mão, aproveitou apenas o grande swell daquele fim de semana. Embaixo daquela lona esticada no velho fusca do “Serjão” fomos acordados pelo velho amigo Fernando Murrinha que dava as coordenadas do mar, que na realidade, apenas entendemos que estava muito bom e pudemos presenciar aquela beleza de maracaípe como ninguém mais consegue ver hoje em dia.
Foram muitos desses mares que surfamos juntos, mas a maior onda que de fato pegamos foi quando juntos iniciamos nossa remada na direção da “onda” de Jesus. Quantas experiências, quantas aventuras, quantas alegrias... Juntos decidimos passar entre os 10 primeiros lugares em Eng. de Pesca e assim conseguimos, juntos compartilhamos um chamado para o ministério, juntos entramos para o seminário, vivemos uma vanguarda de trabalho entre jovens cristãos no Recife, fomos pioneiros na Igreja Anglicana em Boa Viagem e mentoreados de perto pelo nosso amado Bispo Sherril.
Saudade é a palavra exclusiva de nosso idioma, mas exclusiva também para expressar o que sinto daqueles bons tempos de encontros, reuniões da sexta feira com D. Léa preparando o lanche para aqueles muitos jovens que vinham ouvir de Jesus.
De nosso bom tempo de UFRPE e da ABU, de Tamandaré e de nossos acampamentos de carnaval tão abençoados e que tantas vidas abençoaram.
A história de nossas vidas tomou alguns atalhos diferentes, mas permanecemos na mesma direção, aquela de onde nunca nos desviamos, a direção do centro da vontade de Deus. Pedro foi um grande irmão, um amigo, parceiro cheio de amor, cheio de graça e um líder por natureza. Ao lado de sua sempre fiel companheira Nádia e junto com Valéria vivemos grandes momentos na intensa vida que lhe foi solicitada de volta no dia de hoje.
A Bíblia fala da vida nessa dimensão como nuvem passageira, orvalho que se dissipa, piscar de olhos. Dificilmente encontraremos respostas para nossos questionamentos quanto a essas surpresas que nos aterrorizam na nossa humanidade limitada.
Pedro, você sempre pareceu estar à frente de nós  e mais uma vez saiu na frente, você está hoje na presença plena de Deus e nós continuamos tentando entender melhor o que isso significa de fato, aquilo que os nossos olhos não viram,  e que não podemos materializar em nossas limitadas mentes, você já vislumbra.
Amigo, meu pranto somente se atenua em sua intensidade quando me lembro que a certeza da ressurreição nos traz a possibilidade de um reencontro onde esse pranto cessará e a dor, o medo e outras limitações nos deixarão de vez.
Nadia, seu marido foi referência para nossa geração
Felipe, Lucas e Priscila , olhem para seu exemplo de servo
Meu querido irmão
Obrigado por ter existido em minha vida
Eternamente grato
Seu irmão
Miguel

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Tempo de Esperança



Estamos entrando no Tempo do Advento. A quadra litúrgica onde celebramos a expectativa da vinda de Jesus Cristo. É um tempo de renovar as esperanças, uma vez que, a vinda do Messias, esperada por tanto tempo, se concretizou, assim somos aqueles que vivemos a realidade dessa promessa.
Uma das coisas que alegra meu coração, me motiva e me ajuda a estar sempre focado no propósito de Deus, é a experiência vivida pelo povo de Deus na História. Ao vivermos esse período, devemos ter em mente isso: Deus nunca falha em suas promessas. Ele vem, se manifesta e age no tempo certo e, como diz a Sabedoria: “Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito debaixo do céu” (Ec 3:1).
 A Esperança do Advento alimenta as nossas vidas pessoais. A nossa fé íntima, que Deus sempre atua, em todas as circunstâncias. Que nossas vidas, entregues em suas mãos estão sendo guiadas, mesmo que, eventualmente, não percebamos isso.
A Esperança do Advento alimenta o nosso chamado a servir. A nossa vida ministerial, nossa atuação como líderes do povo de Deus e, como cristãos, líderes nessa sociedade que vive em desesperança, descrendo de tudo, ou pior, crendo em tudo.
Somos atalaias da esperança nesse mundo desolado. Sua vida, seu ministério, seu papel, dado por Deus, é uma luz que se acende no meio das trevas vividas em todos os lugares. Lembre sempre que a menor das luzes vence a maior das trevas. Seu papel como testemunha da esperança e fundamental onde você estiver.
A Esperança do Advento alimenta, também, a nossa vida como Igreja, afinal de contas, o exemplo da promessa cumprida em Jesus nos fortalece para assim nos manter na direção que entendemos: Deus tem nos colocado.
O ano de 2012 foi bastante atípico. Vivemos um misto de tragédia, expectativas e concretização de promessas. A trágica morte de nosso querido Bispo Robinson e nossa mui amada irmã Miriam Cavalcanti, foi algo que nos colocou no chão, desconcertou a todos. Difícil entender os caminhos que Deus escreve. Sempre achei que Deus escreve certo por linhas certas, mas minha limitação nem sempre me ajuda nessa compreensão. O que Jesus disse sempre me consolará e me dará forças para seguir: “O que eu faço não o sabes tu agora, mas tu o saberás depois” (Joao 13.7).
A concretização de muitos de nossos desejos, sonhos, expectativas como Igreja-Diocese vieram exatamente nesse misto de tragédia e indefinições. 2012 ficará marcado como um ano em quem experimentamos a Soberania de Deus de uma forma tão concreta que dificilmente alguém poderá negar, mesmo que tente. A nossa tão desejada e intensamente buscada situação institucional foi alcançada de uma maneira que nenhum de nós poderia prever. Hoje a Diocese de Recife possui dois Bispos Sufragâneos, um Bispo Diocesano Eleito. Fomos reconhecidos pela maioria esmagadora da Comunhão Anglicana como Legítima Igreja Anglicana. Recebemos o Status de “Extra Provincial” sob a Supervisão de dois Arcebispos, e iremos concluir nosso ano com um Sínodo muito especial com a Sagração de um Bispo Diocesano e a presença oficial dos representantes do GAFCON, do Cone Sul, da CMS, de SOMA e da ACNA, nossos parceiros na missão.
Quem poderia imaginar que um ano tão tumultuado terminasse de maneira tão positiva para nossa Igreja-Diocese?
Nesse Tempo de Advento, olhe para tudo isso. Olhe para a História do Povo de Deus que somos nós, e seja alimentado por aquilo que Deus faz a despeito de nossas imensas limitações.
Que o início desse ano litúrgico e a recente experiência vivida por todos nós, nos lance, sem receios, para adiante, na certeza de que quando vivemos com Deus, vivemos sempre um Tempo de Esperança!

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Bispo de Durham Justin Welby é indicado como 105º Arcebispo de Cantuária.

A declaração do Bispo de Durham Justin Welby quando soube da indicação foi a seguinte “ Eu Creio que ninguém pode estar mais surpreso do que eu como resultado desse processo.  Tem sido uma “experiência” ler a meu respeito mais do que eu mesmo sei. Ser indicado para Cantuária é ao mesmo tempo algo de grande pressão e surpreendente. A pressão vem pela posição daqueles a quem eu sigo e da responsabilidade que isso significa surpreendente porque é algo que eu nunca imaginei acontecer.”
Com Essas palavras o Bispo Welby explicou o seu sentimento para esse importante momento em sua vida, para a Igreja da Inglaterra e para toda a Comunhão Anglicana.
Não é novidade para ninguém a crise que a Comunhão Anglicana vive nos dias de hoje por conflitos morais e teológicos e pelo que envolve esses dois aspectos da Fé Cristã. Como Comunhão, somos hoje bastante fragmentados. O que eclodiu com a eleição e sagração de um Bispo homossexual praticante pela Igreja Episcopal dos Estados Unidos (TEC) foi uma crise causada por uma minoria liberal que, por ser detentora de poder político institucional levou a maioria teologicamente ortodoxa e “confessante” a sofrer pressões e fragmentações dentro das 38 províncias da Comunhão Anglicana.
O Período liderado pelo Arcebispo Rowan Williams foi um dos mais desastrosos para a unidade dessa Comunhão de quase 80 milhões de cristãos anglicanos. Aos poucos, a inércia nas decisões e posicionamentos foi dissolvendo os históricos e tradicionais instrumentos de unidade Comunhão.
A Conferência de Lambeth foi esvaziada pela maioria dos bispos ortodoxos e confessantes e o encontro passou a não discutir os temas mais importantes que envolvem a Comunhão nos últimos anos. O chamado processo “Indaba” que traz a idéia de diálogo e conversação, se tornou algo permanente e uma excelente forma de não tomar qualquer decisão. O processo continua e a Comunhão vai se fragmentando, por sua vez o Arcebispo não toma qualquer atitude e entrega seu posto deixando esse instrumento histórico de unidade em frangalhos.
A reunião dos Primazes, desde 2007 em Dar es Salaam, Tanzania, foi esvaziada e perdeu seu propósito e no ultimo encontro em Dublin, Irlanda apenas 23 das 38 províncias estavam representadas, os ausentes, protestaram contra a presença dos liberais norte americanos e canadenses mesmo alguns deles alegando outras razões. Desde então, decisões não são tomadas e o “indaba” continua se mostrando ineficaz e deteriorante.
O Conselho Consultivo Anglicano, perdeu o Status de ser o eixo da Comunhão, lugar de decisões e resoluções significativas. A suspensão dos delegados Canadenes e Norte Americanos parece nunca ter sido levada a sério, eles detém o poder financeiro, ao ponto de nesta ultima reunião que acaba de acontecer na Nova Zelandia a Bispa Primaz da TEC Jefferts Schori e seu marido ter sido convidada para um assento de destaque em uma grande cerimônia em Auckland junto das principais autoridades em detrimento de outros líderes cristãos e bispos e leigos membros do CCA.
Por fim esse período liderado por Rowan Williams foi marcado por um suicídio institucional da própria função do Arcebispo de Cantuária que ainda era um elo de unidade até George Carey. Hoje, pelo seu silêncio, passividade e até desmoralização pública promovida pela TEC, o Arcebispo de Cantuária não corresponde mais a nenhuma expectativa, ele conseguiu desfazer esse instrumento histórico de unidade.
Nesse contexto surge o GAFCON, a conferência que reúne em Jerusalém ( 2008) centenas de Bispos, clérigos(as) e leigos(as), se torna para muitos uma alternativa à Conferência de Lambeth, e produz a Declaração de Jerusalém da qual nós somos signatários, reafirmando os valores cristãos, as decisões e resoluções da Conferência de Lambeth 1998, especialmente a resolução sobre sexualidade humana 1.10 que reafirma o casamento como a união entre um homem e uma mulher e o sexo como sagrado e reservado para o casamento. O GAFCON gera a FCA ( Fraternidade dos Anglicanos Confessantes) que hoje se tornou o instrumento de Unidade das províncias anglicanas ortodoxas e que possui um Conselho de Primazes com 12  bispos e arcebispos.
Aqui nós entramos. A Diocese de Recife, em atitude histórica e irrevogável toma a decisão de deixar a IEAB pela impossibilidade de seus líderes clericais, leigos e de seu bispo diocesano de conviverem com o liberalismo teológico que se alinhava com os escândalos mundiais aqui citados. Sofremos muito com tudo isso, mas resistimos firmemente e depois de um longo deserto ou quem sabe de um mar de tormentas encontramos um Porto Seguro, sendo reconhecidos pelo GAFCON/FCA como uma Diocese Anglicana Extra Provincial. Nosso maior elo de unidade hoje, junto com mais da metade da Comunhão Anglicana chama-se GAFCON/FCA.
Surge uma luz no fim do túnel com a indicação do novo Arcebispo de Cantuária? Claro que nós nunca desistiremos da Comunhão Anglicana, nunca deixaremos de orar pela sua reestruturação, pelo redirecionamento de suas posições e pelo fim do infindável processo de “indaba” se transformando em atitudes práticas que possam colocar a Comunhão nos seus eixos históricos novamente.
O Bispo John Welby é conhecido comom um líder evangelical, conservador, defensor da declaração da Camara dos Bispos da Igreja da Inglaterra que defende a resolução de Lambeth 1.10 de 1998 e o casamento nos moldes da tradição judaico cristã.1 além de outyros posicionamen tos teológicos e éticos históricos. Foi membro e líder leigo na Igreja Holy Trinity Brompton, a principal igreja evangélica/carismática anglicana hoje na Inglaterra. Convertido a Cristo e que deixou o cargo de executivo da maior empresa britânica de petróleo para seguir o ministério pastoral. Esses fatos e outros mais sobre a sua personalidade, visão e ministério nos anima sim a ter expectativas quanto ao futuro da Comunhão Anglicana.
No entanto, creio que a nossa atitude hoje, depois de vivermos tudo que vivemos, é de cautela, oração e manutenção de nosso foco em nossa relação com as nossas igrejas parceiras do GAFCON/FCA, esse continua sendo o nosso maior instrumento de unidade, são essas igrejas que estão nos apoiando, nos dando supervisão pastoral, estratégica, “comprando” a nossa causa.
Fico muito feliz com a indicação do Bispo Welby, nutro esperanças de um futuro melhor para a Comunhão (nunca deixei de nutrir), mas meu foco está em levar a Diocese de Recife a viver seu momento de PAZ tão desejado e buscado, e que hoje conseguimos alcançar. Somos uma Diocese Anglicana, Evangélica/Carismática, Missionária, em comunhão com a maior parte da Igreja Anglicana no globo, respeitada nacional e internacionalmente, vivendo a plenitude de sua ação missionária e experimentando um novo momento que como disse, tanto desejamos e que dele devemos desfrutar em plenitude.
Ter alguém com o perfil do Bispo Welby na Sé de Cantuária significa para nós e para a Comunhão um grande avanço diante de tudo que essa Comunhão tem vivido. Mas nós, continuamos marchando em frente e de joelhos intercedendo pela mão de Deus sobre essa Igreja, a quem tanto amamos, e sobre a difícil tarefa que o Bispo Welby tem pela frente.
 
Miguel Uchoa
 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Democracia, eu quero uma pra viver!



 Acabamos de ter em nosso Estado e ainda teremos em algumas partes do Brasil a continuidade das eleições municipais. Mais uma vez a “democracia” foi exercida, pelo menos é isso que dizem os especialistas, parte da mídia e principalmente os caciques dos partidos políticos em todo país. Esse tipo de democracia interessa muito a eles de maneira particular.

     A democracia no Brasil ainda tem muito que caminhar, afina der contas ainda somos reféns de certa  forma de um período de exceção, um ditadura militar, período autoritário em que todos os nossos direitos políticos e hum anos foram tolhidos, dissidentes foram brutalmente perseguidos e mortos e o país, economicamente viveu o “milagre econômico” com rios de dinheiro sendo derramados aqui por interesse estrangeiro e pela “segurança” que esse tipo de Estado demonstrava para os investidores.

       Temos ainda uma democracia bastante frágil, um sistema injusto onde a proporcionalidade partidária dá àqueles que recebem bem menos votos o direito de eleição enquanto outros com um percentual bastante superior não alcançam uma cadeira no parlamento. A vontade do povo, expressa em um número “x” de votos não é suficiente para levar alguém a representa-lo, isso é de fato estranho e de difícil justificativa.Democracia não pode ser confundida com Festa, ruas repletas de carros de som, cantando jingles horríveis, nos obrigando a ouvi-los diariamente e levando bandeiras ao ar como em uma grande final futebolista. É verdade que o Brasileiro faz festa de tudo e a democracia de fato pode ser uma festa, mas não é o tipo de festa que traduz a realidade da democracia.  Temos um sistema que privilegia quem possui recursos financeiros, onde a maquina pública entra como reforço forte na campanha e que aqueles, mesmo bem intencionados, competentes e honestos, terão que de alguma forma se associar com o sistema para poder conseguir uma dessas muito caras cadeiras em um parlamento.

     Democracia de currais, que muitos insistem em dizer que não existem mais, no entanto os líderes religiosos estão aí para mostrar que em muitos casos esses currais funcionam e existem com uma força inquestionável.Os debates chegam a ser cômicos para não dizer trágicos. Em Recife, assisti um para não dizer que critiquei sem ver, um fala de mudança e seu grupo está lá dominando o Estado há décadas, desde a ditadura, outro fala em renovar e seu partido ainda é quem comanda a atual prefeitura, outro fala de gestão pública e se escora em um governo estadual que numa onda de crescimento faz um bom governo, e leva o povo a esquecer o passado e sequer lembrar que existiram falcatruas que envolveram tantos desses personagens apoiadores e por fim chega um, mais jovem pregando de verde mais que por detrás tem um bico colorido que tenta se esconder  e que de ecológico só tem mesmo o pobre animal usado sem o direito de protestar por isso.

      Não, a democracia ainda está longe de ser exercida em nosso país de maneira plena. Enquanto os direitos mais elementares do cidadão não lhe forem garantidos, enquanto os altos tributos não significarem serviços de alto nível para a população, enquanto a corrupção não for banida ou pelo menos castigada veementemente ( esperança no STF) ainda viveremos uma festa democrática que se assemelha às grandes finais futebolistas, onde acontece muita festa e dias depois tudo volta á “normalidade” e quem lá foi colocado faz o que bem entender enquanto o cidadão aqui vive como pode.

       Eu continuo assim, crítico, e na minha crítica continuo dizendo Democracia, eu quero uma para viver. 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Excelente oportunidade para os líderes de células e povo de Deus em geral



Joel Kominski é o autor de livros que tem impactado as igrejas em evangelismo e pequenos grupos. Conferencista internacional. Um privilégio para Recife poder desfrutar desses dias. Não deixe de estar presente. Ligue 34623121 e informe-se

terça-feira, 18 de setembro de 2012


Ao Povo e ao Clero da Diocese de Recife-Igreja Anglicana

“Percorram o acampamento e ordenem ao povo que prepare as provisões. Daqui a três dias vocês atravessarão o Jordão neste ponto, para entrar e tomar posse da terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá” (Js 1:11)
 
Escrevo a vocês como seu 4º Bispo Diocesano Eleito, mas, acima de tudo, como pastor que sou e amante da obra de Deus nesse mundo. Na minha carta-compromisso deixei bem clara as razões pelas quais coloquei meu nome à disposição da Diocese de Recife para essa eleição. O desejo da Igreja foi feito e agora é meu dever cumprir esse chamado de Deus para essa nova fase de minha vida e ministério. Mas, devo ressaltar, que o chamado não acontece apenas na minha vida. É um chamado para a nossa Diocese, para o povo, os clérigos(as), os líderes de todas as comunidades, para toda a Igreja de Cristo reunida nessa parcela imperfeita, mas muito desejosa de servir a Deus e de se alinhar com a Sua perfeita vontade, chamada de Diocese de Recife.
Tenho uma visão de Episcopado que se distancia muito do estilo monárquico medieval, ou de qualquer tipo de liderança que atue de maneira absoluta e vertical. Entendo que o Senhor inspirou o apóstolo Paulo para escrever aos efésios e dizer ao povo que os pastores estão aqui para equipar os santos, para que a obra de Deus seja feita, e essa é a nossa maior função. O Bispo é um Presbítero escolhido em seu meio para servir, treinar, ensinar, manter a visão, motivar a Igreja, guardar a doutrina, manter a Igreja no prumo da vontade de Deus. Assim tenho aprendido ser o ministério pastoral, e assim tenho procurado com todas as minhas limitações fazer.

Desde agora me coloco à disposição da Igreja-Diocese para ouvir e, para, dentro de todas as possibilidades, ajudar naquilo que estiver ao meu alcance, cada pessoa que deseje servir a Deus de uma maneira mais plena ou que deseje ouvir mais de mim, de minha vida, de meu ministério, dos meus objetivos e do que alguns chamam de meus “sonhos”.

Não acredito que exista um cristão que não sonhe conquistar o mundo para Cristo. Não acredito que exista alguém que, conhecendo a Cristo, não tenha essa preocupação. Por isso, como Bispo dessa Igreja, será sempre meu desejo procurar ajudar cada um a alcançar o seu potencial máximo. Nisso contem comigo sempre!

Todos sabemos que juntos caminhamos uma boa distância, vencemos grandes obstáculos, lutamos grandes batalhas. Pelo caminho foram ficando aqueles que não acreditaram na “Terra Prometida” da qual nosso saudoso Revmo. Bispo Robinson Cavalcanti tanto falava; alguns desistiram antes de tocar a planta dos pés nas águas e, assim, não viram o Jordão se abrir. Mas, vocês e eu, estamos vendo a “Terra Prometida”, e já colocamos nossos pés nas águas, elas estão se abrindo e já começamos a caminhada. Naturalmente a Terra, mesmo que nela possa manar leite e mel, ainda requer de nós muito trabalho, muito empenho, muita disposição e, para isso, tenho certeza, é que vocês foram chamados e eu fui separado para levar vocês a entrar nessa “terra”. Nosso Moisés ficou, mas a promessa de Deus permanece.

Não existem vencedores, não existem grupos; somos um corpo. Agora é tempo de caminharmos juntos. Tenho certeza que Deus está esperançoso conosco, que o coração de Deus está antevendo relacionamentos sendo restaurados, curas acontecendo, parcerias sendo feitas, e quando isso ocorre, tenham certeza, a Presença de Deus se manifesta e isso libera o poder do Espírito Santo em nosso meio. Quando isso acontece, existe um impacto no mundo espiritual, satanás é envergonhado e a Graça de Deus nos envolve. Quando isso acontece, eu e você nos alinhamos com o propósito de Deus, e isso traz consequências práticas para a vida da Igreja. Afinal de contas Jesus disse que quando concordamos aqui entre nós, há concordância no céu, e quando há concordância no céu, quem pode impedir? As portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja (Mt 16:18)

Chamo a todos para, juntos, cruzarmos o rio, conquistarmos a Jericó que ainda possa faltar e edificarmos a cidade de Deus, colhendo, assim, os frutos dessa terra que são nossos por promessa do próprio Senhor.

Em Cristo, Senhor Nosso,
Seu Bispo Eleito e amigo

+Miguel Uchôa

 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

CRISTIANISMO A SELF SERVICE




     Há muitos anos atrás fundei um ministério de discipulado entre jovens na Igreja da Trindade, onde eu era pastor de jovens. Esse ministério cresceu muito e mesmo depois de minha saída continuou dando muitos frutos, frutos esses que perduram até hoje e, se multiplicam. Um dos estudos preparados pela equipe que dirigia esse ministério, liderados pelo casal Sílvio e Andréa Albuquerque se chamava CRISTIANISMO A SELF SERVICE. Nós estamos falando de algo que foi feito há pelo menos uma década.
       Passado todo esse tempo, ainda estamos caminhando nessa mesma direção e o entendimento da fé cristã continua sendo na mente de uma larga soma de pessoas, uma religião que eu sigo para SER FELIZ. Eu me sirvo da fé cristã para a minha felicidade. Existe algo de errado nisso? Sim e não. Primeiramente não, se essa expressão não tiver um ponto final e em sua continuação incluir o seu papel como cristão sendo agente de transformação. Sendo o contra ponto de uma sociedade corrompida, sendo o exemplo de postura e ação.
    A Fé cristã não chega até você, ou você até ela para ser feliz apenas. A fé cristã envolve sacrifícios, envolve ir contra um sistema, contra as posturas alienantes desse mundo porque tem a compreensão que se estamos aqui e chegamos até Deus, Ele tem um propósito definido em minha vida e enquanto eu não o cumprir, essa existência não encontra sentido para mim. Naquele estudo a certa altura estava dito: “Esta é uma prática "moderna e requintada" de nos relacionarmos com o Criador, ideal para o cotidiano de nossa geração. Através dela podemos retirar da Palavra de Deus apenas aquilo  que  queremos, que nos faz bem e que nos convêm.” 
Existe algo sim de errado quando me envolvo com esse cristianismo de benefícios apenas. Se sou um cristão, a minha missão é a missão de Cristo e ela envolveu tudo desde os sorrisos até as lagrimas, desde alguns louros até a coroa de espinhos, desde o bônus até o ônus.
Outro parágrafo daquele estudo dizia “No self service espiritual, enchemos o nosso prato exatamente de  acordo com a nossa vontade. Aliás o nosso poder de escolha, nessas horas, é muito importante. Nada de cargas pesadas. Nossa alimentação tem que ser leve, diet por assim dizer. Afinal, quanto mais pesado o prato, mais alto o preço, e eu não quero pagar caro pelas minhas escolhas. Para facilitar, é mais conveniente escolher o fruto da época, pois o que está na moda é sempre mais fácil de se obter.”  
     Revendo isso percebi a atualidade dessas considerações. Vivemos um momento singular no evangelicalismo brasileiro onde pela primeira vez o senso do IBGE mostrou o crescimento de uma nova categoria de “crentes” os evangélicos nominais  , com ou sem igreja sentados nos bancos ou assistindo pela internet, essa categoria de “crente” se enquadra no que a minha mãe chamava daqueles que “ somente queriam o  vem a nós, mas vosso Reino nada”   Aqui mesmo nesse blog escrevi certa vez um artigo chamado de “Cristianismo de Mão Única”. Tratava exatamente disso.
      Como cristão e líder de uma igreja alerto o povo de Deus para se distanciar dessa prática self service, desse cristianismo de benefícios, desse evangelho desfigurado onde Cristo de fato nunca se torna prioridade em nossas vidas, nem essas nossas vidas mostram de fato quem Cristo é para nós.
       Existe uma frase atribuída a CS Lewis e que, mesmo não pertencendo a ele, está engastada de verdade. Ela diz assim: 

“Eu não fui para a religião para ser feliz,. Eu sempre soube que uma garrafa de vinho do Porto faria isso. Se você quer uma religião para fazer você se sentir realmente confortável, certamente eu não recomendo o cristianismo”

      Quero terminar esse artigo com mais uma frase que retirei desse “antigo” estudo e que afirma : Nunca ache que o seu livre arbítrio é justificativa para que você faça o que bem entende. Se você aceitou Jesus, a sua vida não mais lhe pertence.

      O Pão da Vida não é servido a self servisse, ele precisa ser buscado e buscado de todo coração. (Jr 29:13) Quando encontrado vai requerer de nós posturas sacrificais, atitudes altruístas, desejo de mudança em nós e através de nós. Diferente disso, não dá para chamar de cristianismo 

domingo, 19 de agosto de 2012

Celebrando uma história entrelaçada de ministração

Hoje celebramos 3 cultos em ação de graçasd porque nesta 4ª feira 22 de Agosto celebraremos mais um ano de presença aqui neste lugar. São 16 anos de missão e compromisso com a verdade libertadora de Jesus Cristo. Neste tempo promovemos verdadeiros Cursos de Cristandade que levaram muitos à Vida no Espírito Santo e a Celebrarem sua Restauração. Esses mesmos tem a oportunidade de Reconstruir sua existência. Assim, temos visto casais sendo mentoreados  e vivendo muito mais que 24 horas de amor. Essas famílias tem feito a Conexão de seus “kids” com Deus e logo que passam dos 12 se envolvem com o que é de fato Super Natural. Nem por isso ficam por ali, seguem direto para uma  Conexão mais profunda com Jesus.
Nossas jovens têm aprendido a serem Jovens de Honra e percebem que muitas coisas Happening” em suas vidas quando se encontram de fato com Deus e uma das principais é a Cura e Libertação de todos os males desse mundo. Mas nada disso aconteceria se não houvesse a Intercessão de toda a Igreja e nossas mulheres além de serem uma verdadeira União de Mulheres seguem o modelo bíblico e se tornam verdadeiras Déboras. Temos também aprendido que o crescimento vem do Conhecer a Palavra e somente uma Escola Bíblica tão boa para nos ajudar e colocar os Fundamentos. Quando crescemos precisamos conhecer mais um pouco, é como se estudássemos em um Instituto de Teologia e Liderança.  Mas como isso não se encerra assim, atuamos no campo da missão integral com  nossa Ação Social que se estende formando uma verdadeira Casa de Esperança para os necessitados.
Vivemos tudo isso como verdadeiras Células em um corpo, multiplicando-se em amor,  e orando em Vigílias. Seja você um(a) executivo(a) ou um Surfista o importante é que seja de Cristo. Na realidade estamos aqui há 16 anos para trazer PAES para você.

              A Equipe pastoral rende Graças a Deus pela vida de todos vocês que fazem a PAES


terça-feira, 7 de agosto de 2012


O que é necessário para se trabalhar em equipe?

Para a equipe alcançar seu potencial  cada membro tem que  submeter  sua meta pessoal à meta da equipe                                                                                   
                                                                                              Bud Wilkinson







Nem todo mundo numa equipe campeã ganha publicidade, mas todos da equipe podem dizer que são campeões                   
                                                    Earvin Magic Johnson









Baseado no que tenho vivido, lido, assistido e estudado e tentando ser mais breve do que seria necessário eu diria que para Trabalhar em equipe estes conselhos são úteis, mesmo sem encerrar qualquer lista de necessidades. Creio que se guardarmos isso, já temos um bom começo.
 1.     Dimensione qual é o cenário mais amplo
      ü  A meta é mais importante que a tarefa 
2.     Dimensione sua meta dentro do cenário amplo (situação)
      ü  Se você não sabe para onde está indo pode acabar em um lugar qualquer.
      O líder deve ver antes a terra, e depois levar o povo até lá. (Visão). Uma equipe não vai
     comprar a causa sem saber para onde está indo. A importância disso é saber
      exatamente a sua distância daquilo que você quer realizar.
3.     Dimensione os recursos
      A meta só é possível de alcançar se temos a noção dos recursos que dispomos.
4.     Dimensione sua equipe
Quantidade

ü  O número de membros da equipe é aquele que seja suficiente para realizar o trabalho
             ü  Equipes superdimensionadas podem gerar:
                   o  Competição negativa
                   o  Frustração
Qualidade

ü  As pessoas certas nos lugares certos, fazem o trabalho certo.

ü  Desenvolva o senso de prestação de contas
Selecionando a equipe

ü  Caráter
                  ü  Competência
ü  Combinação
           
Trabalhar em Equipe requer mais do que juntar um grupo em torno de uma tarefa. Necessita de quem lidera compreensão da grandeza da meta a ser alcançada e da pequenez de si mesmo.