quinta-feira, 21 de março de 2013

5a Feira 37o dia de Escuta


Um Coração Doador 

Marcos 10:17-31;2 Coríntios 3:7-18
Ganhe tudo que você puder, economize tudo que
você puder, doe tudo que você puder
John Wesley

 
Na continuidade de seu ministério, Jesus está ali, saindo de sua casa onde havia ministrado a muitos, logo na saída esse homem veio em sua direção, era um homem rico, judeu e cumpridor dos seus deveres religiosos, como ele mesmo afirma. A sua declaração a Jesus parece sincera, ele de fato estava interessado em ouvir uma palavra do mestre. No entanto, nem sempre, mesmo querendo ouvir, ouvimos o que queremos. A sua questão era algo chave a essa altura, Jesus vinha ensinando sobre a vida eterna, colocando oposição à Lei pela sua ausência de graça e misericórdia, ele queria saber o que precisava fazer então. Quando chama Jesus de bom mestre, é questionado por Jesus com esse tratamento e em seguida mais uma vez testado no conhecimento da Lei. Não temos elementos para achar que Jesus estivesse mais que testando a fé e o interesse daquele homem, conhecido nessa história como o jovem rico Jesus estava tentando expor a realidade do pecado com a Lei , esse homem ainda estava pensando na salvação como algo que se consegue fazendo algo.

É importante perceber que Jesus cita cinco dos dez mandamentos e todos eles se referem ao relacionamento com o próximo, talvez numa tentativa de, usando a lei questionar aquele homem se ele de fato amava o próximo como a si mesmo. Nessa tentativa o jovem responde positivamente que faz tudo isso desde há muito tempo, em seguida Jesus vai mais adiante, e coloca a sua lealdade aqueles mandamentos numa perspectiva diferente a real negação de si mesmo se desfazendo do que tem e doando ao próximo.
Claro que Jesus não queria dizer com isso que esse passo daria a ele qualquer salvação, sua mensagem era de salvação pela fé e nada além disso, mas ele segue em sua tentativa de levar aquele homem à compreensão das boas novas sem no entanto ser bem sucedido. A negação dele em doar seus bens aos pobres apenas mostrou que ele de fato não tinha o amor pelo próximo na medida necessária. Se aquela demanda era o que se pedia para a salvação eterna ele deveria simplesmente reconhecer sua limitação em cumprir por si mesmo esse requisito e se colocar como carente da graça de Deus, mas ele simplesmente se retira mostrando que, mesmo conhecendo a Lei, não tinha a total compreensão daquilo que ela mesmo preconizava.
Jesus nunca condicionaria  a nossa salvação a nada material, mas por isso mesmo cada um deve se reconhecer pecador(a) e necessitado(a) de sua maravilhosa graça. Mas isso nos coloca diante de uma pergunta que pode nos incomodar, mas que precisa ser pensada com seriedade. Estamos usando os nossos recursos financeiros e materiais  disponíveis para a Gloria de Deus? Não assumi que você é rico, apenas que o texto nos coloca diante de uma pergunta que parece não querer calar, até onde entendo a dinâmica do dar como expressão de minha espiritualidade? Quando Jesus afirma a dificuldade dos ricos entrarem no Reino de Deus, ele está nada mais mostrando que os ricos, mas não somente eles, tem a tendência a focar as suas vidas nas coisas materiais. Muitos deles se tornaram ricos porque fizeram isso a vida toda e presos a essa visão materialista de mundo, dificilmente se colocam disponíveis com suas posses para servir a Deus.
Quando eu disse que não somente os ricos tem a tendência a focar suas vidas nas coisas materiais, tento denotar o que nos e obvio, que sem a compreensão da dinâmica de Deus, tanto ricos como não ricos não entenderão jamais que dar é mais bem aventurado que receber. Que esse foi o exemplo daquele que se deu por nós, que nunca quis receber nada senão servir ao propósito de Deus. Ora, se queremos ser iguais a ele, porque focamos nossas vidas muito mais no receber do que no dar, porque questionamos tanto isso, porque isso nos incomoda tanto? Minha resposta a mim mesmo tem sido sempre que isso acontece porque ainda estamos muito distante da compreensão do que seja a vontade de Deus e a nossa submissão a ela. Coloque-se hoje diante de Deus e questione-se a esse respeito, o que você tem feito nesse sentido, para não somente compreender melhor isso, mas também colocar em prática.
A carta aos coríntios segue a ministração sobre a relevância da nova aliança, o ministério do Espírito. Muitos ainda vivem na antiga dispensação, estão ainda com a compreensão limitada, encobertos pelo véu. Colocando-me dentro do contexto do evangelho trago essa reflexão para nossa compreensão dizendo que a Lei dizia que o dízimo era uma obrigação, mas a graça diz que o coração doador é uma expressão de um coração que entendeu que na economia de Deus  quem dá se assemelha a quem tudo deu por nós, que pensa somente em receber se distancia daquele que tenta se aproximar de nós com  seu amor e sua graça.

Minha oração

Senhor, apenas me ajude a entender a dinâmica da entrega e a pequenez do que significa pensar apenas em receber sempre.

 

 

 

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