quarta-feira, 27 de março de 2013

4a feira 43o dia de Escuta


Entregar-se  ou  Entregar?
Jo 13:21-30;Hb 12:1-2
Podemos trair a Cristo não somente com as nossa palavras
mas também com nosso silêncio
J. Hudson Taylor
 
Amanhecemos hoje na 4a feira os eventos que vão acontecendo vão se alinhando para que se cumpra cada passo daquilo que foi anunciado.  O sacrifício de Jesus teria que acontecer durante a celebração da Páscoa. Toda a associação de Jesus como o Cordeiro de Deus, com o sangue derramado, somente faria sentido se ligado a essas celebrações. A libertação pela Antiga Aliança está para ser deixada de lado e a Nova Aliança para ser anunciada. Não mais sangue de bodes e touros como vimos recentemente, mas o sangue do Cordeiro de Deus, de uma vez por todas haveria de ser derramado.
Estamos na celebração da Ceia Pascal. Essa noite ´a mais celebrada pelo povo judeu até os dias de hoje. Quando cada família judaica se reúne hoje para celebrar a Páscoa eles fazem a menção da libertação da escravidão e prometem que nunca mais serão escravos novamente. Tive o privilégio de viver um tempo em Israel, vivi a celebração da Páscoa em um Kibbutz, comunidade onde morava e trabalhava. Eles não eram religiosos, mas a celebração da Páscoa tinha um significado especial e a festa foi muito grande naquela data, isso porque celebravam a liberdade.
Jesus inicia aquela ceia, na mesa havia os elementos que compõem a ceia pascal, mas não há menção do cordeiro. Não sabemos se propositalmente ou não, mas podemos fazer aqui uma inferência benigna. O Cordeiro de Deus estava ali, sentado a mesa, no centro daquela celebração e se preparava para ser imolado, assim como previa a celebração da Páscoa. Mas antes de ir adiante, ele diz que dentre eles havia um traidor, alguém que o entregaria e pelo próprio texto sabemos que era Judas quem faria isso. Judas simplesmente cedeu a tentação de levar alguma vantagem pessoal e por algumas moedas se vendeu aos líderes judaicos, que desejam matar a Jesus. Os discípulos não compreendem muito bem aquele momento, assim como não compreenderam muitas coisas de início. Mas João, que escreve este texto, estava atento a cada passo naquele cenáculo como quem sabe que dali em diante as coisas somente seriam piores e ele seria um dos que não se afastaria de Jesus ate a sua morte na cruz.
Algumas lições existem aqui neste texto do evangelho e na carta aos Hebreus. Inicialmente vejo que por mais que estejamos por perto do Senhor, andando com ele, desfrutando de sua presença corremos o grande risco de sermos seduzidos por propostas que se opõem à vontade perfeita de Deus. Judas pode ter traído por algumas moedas, mas não se espante se eu disser que por menos que moedas muitos tem traído a Jesus hoje. Muitos traem por conveniência, outros por receio de julgamentos sociais, e ainda outros o trairão sempre porque não conseguem se posicionar em nenhuma situação em favor da causa de Cristo.
Na realidade este mundo que vivemos é de fato tentador para uma traição. As oportunidades são muitas, afirmar algo de maneira absoluta não faz parte do politicamente correto de hoje, fazer coro com Jesus e afirmar que ele é o UNICO CAMINHO para Deus não gera simpatia na maioria dos meios onde você e eu andamos. Mas o que fazer? Calar, se omitir? Não seria isso um tipo clássico de traição? Especialmente quando você sabe que ele, Jesus, fez tudo e se entregou todo por você?
Por isso que o escritor de hebreus afirma categoricamente : corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Se não atentarmos para esse conselho acabaremos por trair a confiança de Jesus e entregaremos ele para ser crucificado por aqueles que, mesmo estando por perto de nós, não nutrem simpatia pelas suas palavras, que consideram duras e exclusivistas.
A entrega de Jesus foi assim completa, sem restrições. Nessa mesa, ele está iniciando aquilo que nunca mais os cristãos deixariam de fazer, ate o dia em que ele venha novamente e com ele celebremos na glória. A Ceia do Senhor tem esse propósito de nos manter ligados e focados em Cristo, em sua missão e especialmente em seu sacrifício. A consciência disso nos ajudará a vencer a tentação da traição. Afirme isso a cada dia, cada vez que você perceber a tentação de calar, de consentir, de falar o que não deveria falar. Cada vez que aquele sorriso maroto de concordância com o que as pessoas dizem da fé se insinuar pra você, olhe para Cristo, você está correndo o risco de entregar Cristo. Por isso, foque nele e a vitória chegará a você.
 
Minha Oração
 
Deus, por favor, me ajude a vencer cada tentação que me sondar e desejar me envolver . Me dê sabedoria suficiente para perceber que no que parecer pouco, pode significar que esteja em muito te traindo.

 

 

 

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